31/01/2010

artepelaarte

Porque será que eu sinto que muito daquilo que eu tenho pra dizer hoje já foi dito pelo Pink Floyd 40 anos atrás?

Then again, did they listen the first time?

E ouvirão da segunda? Ou vão simplesmente bater palmas e vender a idéia?

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Num mundo regido por jornalistas, políticos e burocratas, subjetividade virou sinônimo de demagogia. Talvez devamos ser mais diretos.

Odeio isso.

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O sonho acabou.

Que sonho? Aquele de mudar o mundo com música e flores?

Ah, a década de 60. Quantos jovens hoje não se auto-rotulam vítimas da tão desgastada síndrome de nostalgia de um tempo que não se viveu?

Viver o sonho, realmente acreditar que a arte pode mudar a realidade. A certeza de que os anos daquela decadente e hipócrita sociedade bélica estariam contados. Parecia realmente que a revolução havia chegado.

Não acho que devamos dizer que ela não veio. Veio, foi, e o que ficou foram heranças assustadoramente deturpadas daquele tempo de libertação.

Mas chegar ao ponto de desejar viver o sonho é não querer ver o que está muito claro.

Aquele sonho realmente acabou. O futuro que vivemos hoje não é colorido como se prometia.

Qual o sentido de voltar à fantasia? Uma vez do lado de fora da ilusão, não se dá o passo atrás.

Que fazer disso? Abandonar nossa vontade de acreditar num mundo mais sensato? Desistir da arte como força transformadora da sociedade?

No fim, qualquer forma de expressão acaba reduzida ao pão-e-circo contemporâneo.

Ninguém está realmente interessado em se desprender da segurança vazia do consumismo moderno. A arte é hoje um passatempo.

E permanece a pergunta. Que fazer daí?

Preciso pensar.

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