Sabe, por muitas vezes não desenho, pois me vejo insonemente procurando a teoria atrás do traço.
Não me entrego, nunca, porque acho ter sido eu o escolhido a mapear os próximos passos todos, que o Homem até hoje deu sem perceber.
E no fim sou eu, que sem perceber, despercebo tudo na mania de entender as coisas sem viver.
Esse texto mesmo. Entendí-o já antes mesmo de sentar ao teclado.
E nesse não-processo criativo, ataco a minha própria afirmação: "...acredito ser justamente desse não saber que se pode pretender buscar algo a que se chame arte. Se sabe exatamente o que quer de uma obra, antes de procurá-la, não há processo artístico envolvido."
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Pai, de tal distância: "O que você tenta explicar, talvez só possa mesmo ser alcançado na arte."
E eu, sem perceber, comprei um desafio que nunca foi lançado, contra um homem mais que bem intencionado: "Está errado."
E talvez esteja mesmo. Mas sou eu, de carne, não de idéias, que já não aguenta mais.
Sou eu que quero parar, e dizer que não deu.
Sou eu que quero abraçar a arte afinal.
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Então a luta é contra aquilo, que até aqui foi tido como eu.
Minha arma, minha casa, minha alma...
...promessa de vida e glória.
O eu-melhor-aluno, o eu-multidisciplinar, o eu-teoria-de-tudo, o eu-já-esperava-por-isso.
E no seu lugar - isso que assusta - há de vir algo incerto, incontrolável, dadaísta, surreal, impeto-fogo sem pátria ou moral. Faminto de sangue novo, de corpos nus, de arte pura e vida em alto mar - lua em Áries contra os firmes pés do Virgem ascendente!
Eis um belo abismo,
prum aquariano se jogar.
Museu dos que Já Foram
Há 2 anos
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