No silêncio dessa escura imensidão
mora um bardo acorrentado aos próprios pés
Solitário caminhante ensimesmado
eterna presa e prisioneiro de seus passos
Ciente de tal bufa condição
cantarola às mágoas tristes do passado
a história de um pintor que renascido
reinventa as duras tintas de seus traços
Já o homem por detrás desse pincel
busca em cor o caminhante destemido
que o leve em tal viagem pralém mar
e encontre atrás do quadro algum sentido
O homem que caminha é o mesmo bardo
que canta sem saber onde se oculta
há tempo em si perdida, a força bruta
capaz de aliviar tão grande fardo
;
Cantar ao nada
é qual ouvir silêncio
Pintar o céu
do escuro e triste quarto
A força falta ao homem combalido
que sofre em versos sem qualquer sentido
Não há mais cor que encante
Nem verso em canto triste
que ilumine
Só há lá fora o mundo
a ser vivido
e os passos
dados sem qualquer certeza
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