14/03/2010

Sobre o prédio da FAU

Na FAU se ouve tudo que acontece dentro do prédio. O interior é aberto a si mesmo; apenas a si mesmo. Da FAU não se vê nada do mundo; se fecha. Qualquer comunicação que se queira realizar do meio externo deve vir de baixo. Qualquer um que queira dizer algo à tão conceituada classe artística oficial deve primeiro se fazer insignificante, embasbacado pela grandeza sólida da imensa caixa de concreto. Qualquer que seja o objetivo, uma vez dentro do prédio a única opção é conformar-se com a própria insignificância e começar a subir. A cada rampa a luz branca do sol é lentamente substituída pelo amarelo filtrado das lentes através das quais os tais artistas se permitem o contato com o mundo: uma luz amarela, uniforme e que vem de cima; a aura dourada projetada sobre as cabeças iluminadas. E mesmo esse contato se dá sem que se possa ver o céu. O amarelo serve apenas para que se enxergue e glorifique aquilo que já está lá dentro.

2 comentários:

  1. Nunca fui na FAU...mas já desanimei rsrsrs

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  2. É assim mesmo, mas quando lavam os domos eles ficam brancos também. Claro que tem outros pontos, mais alegres. Se você consegue se tornar FAU, você percebe que faz parte de um organismo. Eu prefiro evitar; me dá dores de cabeça.

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