12/09/2010

Rema

Me vislumbra eternamente a olho nu
pelas mágicas vidraças do olhar-se ao mesmo em si
bemol e dissonante como a-límpidas, quadradas,
verde-águas pradarias,
que de ver, só eu que vi

Afunda em tanto orgulho alimentado
por certezas de um mergulho fumegante
que em salto ousou atrás dum pensamento
de que o fim da profundeza em si guardava
a eterna superfície
das antigas alvoradas

Guarda desse tempo de entrelinhas
a lembrança de inconstantes pontas soltas
Não revolta contra o ato cometido
lembra apenas que do mar jamais se volta

Sabe enfim quando de novo enxerga a vida
que por trás das cenográficas paisagens
há um mar de profundezas reprimidas
pela ávida tolice do que busca
a superfície onde espera enfim boiar

A vida só existe,
pra quem lembra de remar.

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