16/03/2011

Sacrilégio



Sacro altar dependurado
Louva um mar não velejado
Sóbria ultima parede
Já não volve quarto algum

Dançam frestas d'universo
Fictício, e sem você
Nas lacunas de um vazio
Emoldurado, por preencher

E um lâmpido indivíduo
Duvidoso a cogitar
Se existe outra maneira
Umoutra forma de se amar

Galerias coloridas
Telas, fotos, poesia
Faz-se todo facetado
Ama o novo a cada dia

Multiplicam-se os estilos
Perde, imberbe, a unidade
E abandona o exercício
De amar-se em raridade

;

Mas fica ainda essa parede
Cega e surda a me encarar
Olho tanto, e tao de perto
Que nao sei mais donde olhar

Exagero,
me acho e perco
Dando voltas sobre o tema

Dessa vida em Mi vivida
Restam notas
e um poema

Que querem dizer-me afinal
?

Um comentário:

  1. Sobre particulares perguntas e outras coisas...bom, talvez mais sobre outras coisas:

    10-04-2011

    Mente clara, mente intacta
    Mente em mim, mas não declara
    Sonhos cheios, sonhos plenos
    Sobre o que anseio ou ainda menos

    Memória persistente
    Me conta algo ou ainda mente?

    Se bem me lembro, foi ao vento.
    Voou, mas desgostou
    Por que insiste em lembrar do vôo
    Quando dói o que tombou?

    Estaria eu arrependida
    Ou seria vício de me prender
    A uma estória não vivida
    Que pouco fez se entender

    O que há em você que não veio de mim?
    A não resposta faz-me assim.

    [E me pergunto por que ainda sonho contigo.]

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