30/11/2012

Aos meus,

alguns melhores amigos, protagonistas de tantos enredos,

incontáveis coadjuvantes chave do passado,

família, metáfora primeira da vida, 

ou ainda das tantas mulheres,
que nunca ousei realmente amar…

-

Meu quarto [de memórias] anda uma zona.

E o peso das coisas todas - papéis, passados, tudo - segue rondando minha vida numa iminência que já não me incomoda.

Todo o antes, pouco vivido, mas observado com uma atenção inexplicável,

como que recombina-se freneticamente diante de meus passos

formando frente ao olhar um mundo que não poderia sequer existir,

não fosse a presença de cada um de vocês em minha vasta galeria de lembranças,

e as incessantes combinações cognitivas que fazem dela meu mundo.

Nunca morreram, nenhum de vocês.

Fizeram-me no que sou, 

daquilo que escolhi ser ao lado de cada um de vocês.

E seguem em mim como frutos únicos

de encontros inéditos no tempo.

--

Fumo como uma chaminé,

e já há uns meses que na semana que vem vou parar, 

voltar a remar, meditar e fazer yoga.

Mas hoje,

pouco me preocupam as dúvidas

acerca do caminho ou do tempo das coisas.

Tudo corre,

e as metáforas como que se realizam sozinhas,

sem a antiga necessidade de notá-las a todo instante.

Vai-se o deslumbramento racional com a vida.

Fica a vontade de enfim vivê-la.

---

E ao passo que me cerca,

ao meu grande medo de montanha russa,

movimento último em direcção ao mundo,

chave em mãos, 

atrás da porta o ato final de um prólogo por demais extendido,

o Julgamento,

o Convite,

a Viagem...

;

Ao passo que me cerca,

fica a certeza, 

que talvez seja o motivo mesmo de toda a trama,

de poder tê-lo dado em consciência

.

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