Olhai bem capitani
Di-me o que vês
;
Senta ao sol, no limite da proa
Procura a tão sonhada maré boa
Mira sem rumo o horizonte
eternamente longe
qualquer seja o presente
O que procuras muito bem se esconde;
Longe muito longe, aperta os olhos contra o espelho
Contra mim, e também contra si mesmo
Enxerga além da linha, além da beira
além da vida, além do mundo
Encontra que o futuro tão sonhado não existe
Desespera-te, grita e chora;
que faz bem
Mas no momento de tão amarga derrota
não se sabe se concreta ou filosófica
lembrai de não abandonar o navio
As velas rasgadas pelo dia
A vida deixada por um fio
A idéia livremente abandonada
Mas também livre pra ser livre,
aleatória, e inétida em sua aleatoriedade
Qualquer o rumo traz consigo
os equívocos todos de quem o traça
E o sol que faz crer na paz inata
consome homens inda vivos,
qual urubu sobre carcaça
É no abandono inconsolado
de um navio não abandonado
que nascem os lúcidos poetas
;
A deriva traz consigo o ás na manga
dos que buscam um futuro impossível
tornado inalcansável pela própria idéia estática
Quando desprende a direção dos passos
do confortável conformismo convencido
de um mundo já todo se-entendido
O impossivinalcansável
se torna, talvez, meramente improvável
Museu dos que Já Foram
Há um ano
nossa, muito lindo... quem escreveu?
ResponderExcluirbjsss
gostei especialmente da ultima estrofe..
ResponderExcluirbj
HAhauha essa Mina perguntando qm escreveu
ResponderExcluirfooi fodaaa ahaha .... Muito bom esse principalmente
a ultima estrofe ou verso hehe nao lembro o q e o q
Gosto de oscilar entre os passos bem direcionados e inspirados e o desprendimento mediante uma derrota "concreta ou filosófica".
ResponderExcluirGostei muito do texto.