09/11/2010

São Paulo e o Tempo

Querem que eu diga que são meu país
Mas não tem graça o que essa gente diz
Querem que odeie sem qualquer razão
Povo que há muito só queria o pão

Crêem na lenda de um papel sem dono
Mas que das poucas mãos nunca saiu
Papel que engana quem nele se esbalda
E paga o pobre no final do mês

Notas que compram pais de mil famílias
Não erguem prédios onde moram três
Não fossem braços pretos, fortes, sábios
Não fosse a calma de quem nunca viu

A vida mansa que se leva em cima
Que só de birra põe-se a anunciar
Dizer que vêm de um povo nobreróico
Fazer soar as guerras de além-mar

De trás de seus castelos gradeados
Entrincheirados sob os próprios pés
Despidos de seus típicos trajados
Desmascarados seus reais papéis

E vão na contra-mão de um mundo novo
Bem diferente de onde pensam estar
Correndo o risco de em tempo concreto
Se verem cegos, fracos, sós e nus

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Os dois primeiros versos me vieram acho que muito em relação ao inacreditável movimento São Paulo para Paulistas. O resto do poema veio depois que eu vi essa foto.

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