06/08/2013

Science Poet - 1 - Apontamentos

Epígrafe:



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[27 de junho de 2012 - quarta]


Arte como produto da aplicação de mecanismos materiais/mentais/sociais/simbólicos,  apreendidos na lida com o mundo, sobre regiões imateriais da existência humana


Psique/Palavra, Estrutura Social/Cultura


Arte burguesa - apogeu da arte do ócio - desdobramento sobre si, loop fractal infinito  de uma auto-análise desligada da atividade no mundo material. O questionamento sobre o propósito da existência, a preocupação em nomear e definir o ser, definir o eu, como sintomas de uma arte do ócio, que, diferente de uma arte do trabalho, cria o desentendimento sobre sua própria razão de ser.


Hamlet - Hegel


Ser humano em crise, em conflito com uma estrutura externa que o agride


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Arte do trabalho: da prática. Estrutura de pensamento resultante: realização estética passageira, impermanência


X


Arte do ócio: fruto de sociedade de classes. Estrutura de pensamento resultante: afastada da prática, devaneio do poeta solitário, exacerbação de um ser humano individual em crise

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A impossibilidade simbolica da arte do trabalho florescer num meio dominado pelo imperialismo ideológico da arte burguesa


O Erro de Boal - propor a arte do trabalho num meio burguês


Revolução como proposta estética para uma guerra contra o sistema simbólico que oprime um modo de pensamento, e contra as bases materiais que o sustentam.


Formas de existir artisticamente num meio burguês: dialogando de alguma forma com os horizontes de espectativa do presente, sem tentar dar vida a uma arte materialmente incapaz de existir fora de uma sociedade emancipada do parasita burguês atual 

Como: Antropofagia.


(Artigo-Parentese sobre a probabilidade do esgotamento da defendida arte do trabalho, e sua possível caracterização como parasita numa crise futura. A dialética de nosso tempo, arte do ócio x arte do trabalho. O curso cíclico e harmônico da história. A besteira de evitar a posição de esquerda no clímax de polaridades estruturalmente evidentes, apenas aparentemente adormecidas num momento de respiro geracional. A falácia contida na pregação de um recuo a uma despolarização ilusória e impossível)


A potência da arte do trabalho não tem meios nem força simbólica para existir no campo de forças de uma cultura burguesa hegemônica, e até mesmo suas ferramentas e possíveis avanços conceituais, não poderão sequer ser identificados em sua real potência fora de uma perspectiva de sociedade emancipada do atual impasse.


A arte burguesa consolidou-se herdando grande parte de suas ferramentas de linguagem ainda de uma cultura aristocrática anterior, da qual tirou a maioria de suas ferramentas desenvolvidas ad infinitum na chave do tempo ocioso. E nesse ponto precisamente, não ousou quebrar revolucionariamente a lógica mais profunda da arte e do pensamento como um todo: a origem de seus mecanismos simbólicos no ócio de uma classe dominante parasitária.


A grande piada é que a arte burguesa já chegou a seu fim. Tem seus inegáveis méritos, seus avanços historicamente revolucionários, e seus conceitos como apogeu da técnica e do pensamento humanos. Mas morreu há décadas como força criadora capaz de fazer o homem avançar. Sobre-vive hoje apoiada numa inércia histórica típica, prolongada pelo efeito social zumbificante e imperial dos monópolios culturais financeirizados - as televisões, etc...


O efeito imediato mais característico da decadência sobre a esfera ideológica, é o aumento exponencial nas “revoluções tecnológicas” anuais coexistindo com uma estagnação social, política, e cultural aparentemente incoerente.


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Marx e o apogeu de uma matemática específica aplicada ao caráter material das humanidades.


Me interessa agora uma matemática capaz de superar a sinuca de bico encontrada no dilema pós-moderno. A matemática da metáfora, da memória.


Uma matemática capaz de materializar terrenos ainda tidos como efêmeros e líquidos, vislumbrados e sugeridos pela explosão surrealista, mas ainda incapazes de concretizarem-se em ciência, para além da esquizofrenia circular do pós-moderno, que continua a encontrar os infinitos caminhos possíveis de chegar-se a um mesmo lugar retórico, e relativizar eternamente a materialidade e a verdade, num mar subjetivo de interpretações paralelas.


Os fractais são a explosão surrealista na matemática.


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Diário de Bordo de um Ano 9
---Pícaro Dias, São Paulo

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