O Azenha colocou em seu blog, o excelente Viomundo:
Bom dia. É engano meu ou a candidatura do governador José Serra foi sequestrada pela extrema-direita brasileira? Quando ela arreganha os dentes e passa a fazer campanha baseada em factóides, assassinatos de reputação, manipulações, boatos, rumores e mentiras, deixa o campo aberto no centro político. Ponto para o presidente Lula, como a voz da moderação e da negociação. Um dado não suficientemente notado, na recente pesquisa IBOPE/CNI, é de que 53% dos entrevistados disseram que pretendem votar no candidato do presidente. Daí, presumo, o desespero. Que faz a extrema-direita ainda mais nervosa e raivosa, atirando a esmo, afastando-se ainda mais da moderação, solapando até mesmo as bases que seriam naturalmente de um candidato de oposição e alimentando o “salvacionismo”. Um caso típico de suicídio eleitoral? A ver.
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Ao que eu respondo:
Pode parecer loucura da oposição, mas numa análise geral acredito ser nada mais que o caminho natural desse embate. Se Lula entra pra história como uma revolução em diversas frentes, a principal delas há de ser a mediação, a moderação, o diálogo aberto. E se deixa a presidência esse ano, nada mais emblemático, e talvez inevitável, que tornar claro o que ele representa, e ainda mais importante, ao que ele se opõe, a qual modelo oferece alternativa; o que exatamente a revolução Lula veio sepultar.
Lá fora, o Brasil ganha espaço como o amigo de todos, que não se recusa a aceitar o desafio de superar as barreiras de entendimento pelas vias da conversação. Com isso desperta a ira dos EUA, a fera decadente de um mundo de intrigas e teorias da conspiração, que se recusa a cair sem se debater, e trilha a inevitável descendente rumo ao seu isolamento final. Não há de ser mera coincidência, pois, que aqui dentro o fenômeno Lula desperte ira semelhante numa classe social ideologicamente alinhada com certos dogmas norte-americanos, também cada vez mais isolada e enraivecida.
O recente protagonismo internacional brasileiro pode vir justamente daí: lutamos, num mesmo momento, e contra um mesmo inimigo, dentro e fora de nossas fronteiras; estamos, por assim dizer, no ritmo dos acontecimentos históricos de nosso tempo. Essa possível emancipação brasileira será objeto de estudo por muitos anos, e sua análise não pode se achar completa num momento tão presente, ainda tão líquido. Mas creio que já se faça evidente a possiblidade de um mundo fundado na comunicação e no diálogo, do qual a imagem do Brasil consolida-se a cada dia como símbolo maior.
Ora, não é essa mesma luta que estamos travando hoje mesmo, ao optarmos pela internet, pela coletivização da comunicação e do desenvolvimento de idéias, pela criação e pelo compartilhamento num ambiente democrático, em detrimento às velhas formas de recebimento passivo da informação?
Museu dos que Já Foram
Há 2 anos
Oi, tudo bem.
ResponderExcluirVi o seu comentário em um post antigo. Curiosamente, é aqui e assim que a história continua (mas sem terminar)...
http://lobzblog.blogspot.com/2008/11/uma-histria-sem-fim.html
Como você prefere que eu responda seus comentários?
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