01/04/2010

Donde foste, caro amigo?

Que te passa caro amigo,
que não vejo mais teu brilho?
Donde foste em meio tempo?
Que é que viste de tão ruim?

Esse mundo tão parado
inda é o mesmo de outrora
Se mudou, mudaste ti
essa imagem que lhe deu
Perversa lógica invertida
d'alguém que um dia já fui eu

Liberta amarras da tua mente
Larga o firme pé no chão
Diz que não, não está contente
com essa vida, com esse pão

Lembra ainda como era?
Lembra o fácil que já foi?
Sei também, ninguém espera
fácil assim ser pra voltar

Pega a flauta da criança
Brinca atrás de um novo dia
Talvez ache novamente
quão foi simples dedilhar
Nota a nota sem querer
Buscando sem nunca achar

Inda nasce a melodia
O mesmo sol toda manhã
Já nem lembra o que queria
Queira mesmo é procurar

;

O dia, caro amigo,
busca o dia, que se sabe,
há no final de cada noite

Noite fria, noite boa
Noite é noite, e sempre acaba
Vive a noite ponta a ponta
Vira história,
senta e conta

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