No vazio entre eu e você
crio monstros que moram no mar
junto as peças do que eu quis saber
no limite entre a água e o ar
Sob o véu espumante de azul
a distância me faz não te ver
e tudo que quis te dizer,
sem saber nem mais como sorrir,
pouco a pouco me ajuda a morrer
Se te acho não é nunca no agora
mas em sonho e nas cores de um dia
é no ar congelado da aurora
ou na vã tentativa de ir
sem nem mesmo saber pra onde eu ia
Não me fujo por tudo que eu tento
desse errático ensaio da vida
esperando por sopro de vento
na manhã da minha partida
Se me perco no espelho de mim
a procura de um eu mais eu mesmo
às vezes me pego querendo voar
e viver de verdade essa vida-viagem
Mas era bom alguém vir me dizer
que faz bem eu parar de pensar
me lembrar de olhar a paisagem
e de ouvir o barulho do mar
Museu dos que Já Foram
Há 2 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário