alguns melhores amigos, protagonistas de tantos enredos,
incontáveis coadjuvantes chave do passado,
família, metáfora primeira da vida,
ou ainda das tantas mulheres,
que nunca ousei realmente amar…
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Meu quarto [de memórias] anda uma zona.
E o peso das coisas todas - papéis, passados, tudo - segue rondando minha vida numa iminência que já não me incomoda.
Todo o antes, pouco vivido, mas observado com uma atenção inexplicável,
como que recombina-se freneticamente diante de meus passos
formando frente ao olhar um mundo que não poderia sequer existir,
não fosse a presença de cada um de vocês em minha vasta galeria de lembranças,
e as incessantes combinações cognitivas que fazem dela meu mundo.
Nunca morreram, nenhum de vocês.
Fizeram-me no que sou,
daquilo que escolhi ser ao lado de cada um de vocês.
E seguem em mim como frutos únicos
de encontros inéditos no tempo.
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Fumo como uma chaminé,
e já há uns meses que na semana que vem vou parar,
voltar a remar, meditar e fazer yoga.
Mas hoje,
pouco me preocupam as dúvidas
acerca do caminho ou do tempo das coisas.
Tudo corre,
e as metáforas como que se realizam sozinhas,
sem a antiga necessidade de notá-las a todo instante.
Vai-se o deslumbramento racional com a vida.
Fica a vontade de enfim vivê-la.
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E ao passo que me cerca,
ao meu grande medo de montanha russa,
movimento último em direcção ao mundo,
chave em mãos,
atrás da porta o ato final de um prólogo por demais extendido,
o Julgamento,
o Convite,
a Viagem...
;
Ao passo que me cerca,
fica a certeza,
que talvez seja o motivo mesmo de toda a trama,
de poder tê-lo dado em consciência
.
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